uma nação em surto

o brasil despirocou. e se meteu num surto tão intenso que parece que não estar enlouquecendo e caindo na mesma histeria psicótica parece errado. parece que de alguma forma, temos que surtar de algum jeito, temos que pender pra algum dos “lados” desse delírio nacional, nessa disputa coletiva de legitimação de um discurso e narrativa alucinatória. parar pra pensar, ou sequer RESPIRAR, não combina muito com esse zeitgeist esquizofrênico que o país foi se enfiando em conjunto, nessa areia movediça de VIAGE.
uma nação que pega opinião aleatória de qualquer idoso general de reserva — que aliás, quem se importa — e amplifica de tal forma que até parece um desejo masoquista recalcado por viver alguma ditadura. se você tentar delimitar o que é — opinião de velho caquético — você não está enxergando algo que todo mundo tá vendo: ~~O FANTASMA DA DITADURA~~~ sendo que gente plmdds calma
uma disputa em torno de um bess…err…messias que — ok, temos que concordar — realmente sofreu um julgamento meio FANTASIOSO, mas que no AFÃ de salvar o salvador se está disposto à jogar no lixo qualquer semelhança de PROCEDIMENTO JURÍDICO que nós fingimos ter, e ao invés de lutarmos para que essa justiça funcione pra todos, e funcione direito, um povo inteiro virou especialista em direito e mexe a lama com uma colher pra tentar enxergar à fundo o que todo mundo sabe que tem lá embaixo: lodo.
(e gente, quem mexe não decanta calma aí.)
e uma torcida organizada muito apropriadamente vestida de roupa de time de jogo de bola que não consegue enxergar um palmo à frente do nariz o suficiente pra ver com quem anda lado a lado, e que aprendeu com os ditos “inimigos” que o superlativo é o caminho, o absolutismo é o jeito, e sem nem saber quem diabos foi o nicolau, aprendeu que o fim justificam os meios nessa disputa de narrativa, ou é realmente bem limítrofe e aí fazer o que né, tá sendo só enganado.
e aí haja gritaria sobre filme, sobre série, sobre post, sobre fake news, sobre o que quer que seja que exista no mundo em surto, pro maluco tá tudo ligado e se você não aceita isso, o maluco se pá é você.
se você não se encaixa em nenhuma dessas posições e não está também gritando o que quer que seja que se encaixe em alguns dos itens do cardápio de delírios atuais, nem importa. alguém vai te jogar em algum lado de qualquer jeito, e vai ser do lado oposto, claro, porque parar pra pensar e analisar — do grego analýein — fica difícil quando a gente tá se debatendo com mais 200 milhões de malucos enfiados na areia movediça.